Empresas com problemas de caixa normalmente param de pagar em dia os impostos e depois os salários (ou então, os encargos sociais sobre os salários). Isso se dá porque são as dívidas não onerosas, ou seja, as que não pagam juros quando há atraso.
Essa mentalidade de adiar pagamentos aproveitando-se da dependência dos empregados ou da ineficiência do Estado em cobrar impostos deve ser abandonada. É inaceitável que empresários, ainda hoje, atrasem salários de funcionários por falta de capacidade de gestão de fluxo de caixa. Se for o caso, a empresa deve contratar empréstimos emergenciais e não deixar de cumprir suas obrigações.
A gestão da folha de pagamentos geralmente está sob a tutela de dois departamentos: recursos humanos e financeiro. Ela deve ser gerida de forma a gerar previsibilidade financeira e atender aos requisitos modernos de gestão de pessoas – mobilizar, engajar e reter talentos.
Se a empresa considera a folha de pagamentos como obrigação e não um investimento, estará fadada a ser uma empresa do passado, em que os funcionários eram peças intercambiáveis em operações que requeriam repetições e pouca criação de conhecimento. No mundo moderno, gerenciar de forma ineficiente a folha de pagamentos traz desmotivação e dificulta a retenção dos mais talentosos.
Uma forma eficaz de gerenciar a folha é transformar funcionários em parceiros – a propósito, evite o neologismo de chamar funcionários de ‘colaboradores’, uma forma de valorizar semanticamente o trabalhador sem exigir ou dar nada de concreto em troca.
A remuneração variável e/ou participação societária podem gerar bons resultados. De qualquer forma, um simples plano de cargos e salários, com estratégias para o crescimento do funcionário, já é útil para elevar a produtividade no trabalho.
Fonte: exame.com